Entenda por que o Magazine Luiza é a Juliette da Bolsa de Valores
Ao que parece, a participante do BBB21 Juliette Freire beira a unanimidade. A advogada e maquiadora paraibana é um fenômeno nas redes sociais e forte candidata ao prêmio final de R$ 1,5 milhão do reality show. O que o Magazine Luiza (MGLU3) tem a ver com toda essa história? Assim como Juliette, a companhia também é quase uma unanimidade entre os investidores — a queridinha da Bolsa de Valores.
Diante de tanto crescimento, muita gente se pergunta se a empresa já entregou tudo o que podia e se ainda conseguirá crescer mais. Para o economista Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimento, o potencial de valorização das ações da companhia ainda é enorme —maior do que o potencial da Juliette de crescer nas redes.
Mas por que a empresa ainda pode crescer? O que ela tem de diferente? Confira abaixo os motivos para ainda apostar na companhia, segundo o analista.
Foco definido desde o começo
A história da empresa começou em 1957, na cidade de Franca (SP). Desde o início, a empresa tinha um foco: garantir o acesso a bens, serviços e informação para o maior número possível de pessoas. Segundo Bevilacqua, esse foco ajudou a empresa a crescer nos primeiros anos, mas foi o olho no futuro que fez a empresa disparar.
O Magalu foi a primeira empresa do comércio a se voltar para a transformação digital com ênfase em iniciativas omnichannel.
Omnichannel (Multicanalidade) é o modelo de negócios no qual há a integração das lojas físicas, virtuais e dos compradores. A multicanalidade é uma vantagem competitiva e posiciona a companhia de forma diferenciada. O Magalu enxerga a multicanalidade como meio fundamental para atingir a liderança em todos os seus mercados.
Felipe Bevilacqua
Essa estratégia ajudou a empresa a crescer. Não é novidade que a empresa apresentou uma das maiores valorizações da Bolsa nos últimos anos: de janeiro de 2016 até o último dia 9 de abril o retorno acumulado da empresa na Bolsa foi de 32.092,57% —você leu certo —, enquanto o Ibovespa teve um retorno acumulado de 171,45%.
Lojas convencionais e lojas virtuais
As lojas convencionais da companhia estão localizadas em pontos estratégicos e possuem mostruário físico e estoque próprio. Na divulgação de resultados do quarto trimestre de 2020, a empresa informou possuir 942 lojas convencionais, que representaram 31,8% das vendas em 2020, e 154 quiosques.
As lojas virtuais foram criadas em 1992, uma resposta inovadora à necessidade de expansão. As lojas virtuais do Magalu são "abertas" por pessoas que queiram vender produtos do Magazine Luiza e são comissionadas por isso. É quase como uma venda direta feita pela internet.
Em um período em que não se trabalhava o conceito de comércio eletrônico no Brasil, o Magalu foi pioneiro em adotar esse modelo de vendas. Até o quarto trimestre de 2020, a empresa possuía 205 lojas virtuais, responsáveis por 2,6% das vendas em 2020.
O e-commerce do Magazine Luiza é um dos que mais crescem no Brasil. Ele está totalmente integrado ao Magalu, o que possibilita uma racionalização dos custos com logística, sistemas e marketing. O canal conta também com o marketplace, por meio do qual terceiros podem vender produtos de outras categorias. O e-commerce tradicional foi responsável por 47,8% das vendas em 2020, enquanto o marketplace por 17,8%.
Por que ainda investir no Magazine Luiza?
Temos como principal ponto da nossa tese de investimento que a companhia será capaz de crescer suas vendas acima da média do mercado pelos próximos anos, entregando uma lucratividade acima da média.
Felipe Bevilacqua
O crescimento de vendas da companhia foi superior ao dos seus dois principais concorrentes - Via Varejo (VVAR3) e B2W (BTOW3) - em todos os trimestres nos últimos dois anos.
Para você conferir os comparativos entre as empresas, você pode acessar o relatório completo criado pelo analista aqui.
A margem líquida da empresa também chama a atenção dos investidores, apesar de ter recuado. Margem líquida é a porcentagem do lucro líquido que a empresa obteve em relação à receita total.
A margem líquida do Magazine Luíza apresentou uma trajetória decrescente nos últimos dois anos, porém, este resultado está alinhado com a estratégia da companhia de melhorar o nível de serviço, com investimentos em logística e atendimento que acabam por aumentar suas despesas no curto prazo. A empresa prioriza lucro no longo prazo em detrimento do curto. Apesar disso, a companhia nunca abriu mão de lucrar para financiar seu crescimento.
Felipe Bevilacqua
As principais fontes de crescimento
Para o analista, a empresa tem hoje quatro principais fontes de crescimento que a tornam atraente para o investidor.
- Crescimento do mercado on-line, com aumento da penetração no comércio brasileiro: é importante ressaltar que uma tendência foi acentuada com o panorama da pandemia, porém a tendência antiga deve se manter ainda por anos no país;
- Expansão do ecossistema: a empresa está entrando em pagamentos, crédito e em categorias de maior frequência como supermercado e vestuário e deve continuar de maneira consistente, agregando produtos e serviços em sua plataforma;
- Expansão de lojas físicas: apesar do forte crescimento no digital, a empresa ainda aposta nas lojas físicas para atrair o público;
- Novas frentes de negócios: a partir do LuizaLabs (Laboratório de Tecnologia e Inovação) e por meio de fusões e aquisições, a empresa amplia também a atuação em novos negócios.
O que esperar agora?
Segundo Bevilacqua, o lucro da empresa deve crescer.
O Magalu avançou 46,7%, impulsionado pelo e-commerce. Para os próximos 10 anos, aplicando os 15% ao ano de crescimento para suas lojas físicas e os 50% ao ano de crescimento para o e-commerce, estimo que a empresa cresça suas receitas a uma taxa de 40% ao ano, em linha com o avanço de 2020 e próximo à média recorrente desde 2016.
Felipe Bevilcqua
É por todas essas razões, segundo o especialista, que o Magazine Luiza está as recomendações de investimento.
Carteiras para todos os perfis
O Magazine Luiza está na maior parte das carteiras recomendadas criadas pelo analista para os assinantes de UOL Economia+.
Para quem ainda não pegou as recomendações, elas estão aqui:
- Carteira quem não aceita risco algum;
- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco;
- Carteira para quem é mais moderado;
- Carteira para quem aceita mais risco;
- Carteira para quem aceita alto risco.
E quem quiser conferir os gráficos e entender mais sobre o Magazine Luiza, é só acessar aqui o relatório completo sobre a empresa.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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