Análise: Saída de Parente deixa mercado desconfiado de preços da Petrobras
O anúncio da saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras fez as ações da estatal despencarem na Bolsa, já que abre uma enorme incerteza sobre se sua política de preços pode ou não voltar a ter intervenções do governo.
Na análise do professor de finanças do Insper Ricardo Rocha, essa indefinição deve continuar gerando grandes oscilações no preço das ações da Petrobras na Bolsa. Além disso, a incerteza e a insegurança continuarão pairando sobre a companhia ao menos até as eleições presidenciais de outubro, que, na opinião de Rocha, é o evento que deve realmente definir o futuro da companhia.
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"No longo prazo, a Petrobras ainda continua uma empresa valiosa, seu maior risco não é a saída de Parente; seu maior risco é quem vamos eleger em outubro e o risco de se voltar a fazer aquilo que acontecia na empresa antes da operação Lava Jato [controle artificial de preços, causando prejuízo]", afirmou Rocha.
"A repercussão [da saída de Parente] é péssima, porque deixa sempre a dúvida: em função da substituição de Pedro Parente, qual será a nova política de preços da Petrobras e qual o grau de liberdade que o conselho administração terá?", disse o professor.
Sob a gestão de Parente, que assumiu em junho de 2016, a Petrobras mudou sua política de preços e passou a tabelar o valor dos combustíveis produzidos em suas refinarias de acordo com as condições do mercado externo, que incluem a cotação internacional do barril e a variação do câmbio.
Contrastou com as políticas praticadas nos anos do governo de Dilma Rousseff (2011-2016) - quando o preço dos combustíveis nas refinarias foi congelado para evitar impactos na inflação - e trouxe confiança para o mercado.
"Pedro Parente conseguiu recuperar a Petrobras sem injeção de recursos por parte do Tesouro", disse Rocha. "O investidor, que acreditava na recuperação da empresa, agora vai esperar para ver como fica a mudança no quadro diretor."
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