Roqueiro replica pintura de guitarra, vende para o Japão e fatura R$ 25 mil
Fã de guitarristas como Joe Satriani e Jimi Hendrix, o roqueiro Rafael Romano da Silva, 25, fez de sua paixão pela música um negócio. Em 2010, ele abriu uma oficina de reparos e pintura de guitarras, e fatura, em média, R$ 25 mil por mês.
A primeira experiência com o ramo veio cedo, aos 15 anos, quando teve de restaurar a própria guitarra. Com auxílio do pai, funileiro, reformou o instrumento e atraiu o interesse de conhecidos. Há quatro anos, decidiu levar a sério o negócio e abrir a Music Kolor em sociedade com o pai.
Neste ano, a empresa de Santo André (região metropolitana de São Paulo) fechou sua primeira venda para o exterior. Um cliente do Japão pediu a pintura de duas guitarras iguais ao instrumento tocado por Jimi Hendrix. O serviço saiu por US$ 837 (cerca de R$ 2.000). Os custos de frete e exportação foram pagos pelo consumidor.
“Ele chegou até nós em buscas na internet. Não pensava que poderia atender o mercado externo, mas, agora, vejo uma oportunidade aí”, diz o empresário, que está investindo na reformulação de seu site com versão em inglês.
De acordo com Silva, o pedido de réplicas é comum. Entre elas, as preferidas do público são as guitarras de Hendrix e Eddie Van Halen. No entanto, a maior parte das encomendas ainda é por pinturas personalizadas. O preço da pintura varia de R$ 350 a R$ 1.000 e o da montagem, de R$ 1.500 a R$ 3.500, dependendo da dificuldade.
Por mês, pai e filho atendem, em média, a 40 pedidos. A maior parte vem de clientes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, que conhecem o trabalho da empresa pela internet.
Catarinense conserta instrumentos na própria casa
Em Joinville (SC), o luthier Carlos Polvani, 39, montou seu estúdio de reparo em instrumentos há dez anos. Desde os 16, o catarinense restaurava e montava instrumentos de cordas como hobby. Em 2004, a atividade virou negócio.
“Já trabalhei em restaurante e em empresa de tecnologia, mas estava insatisfeito. Por isso, resolvi me dedicar a algo de que gostasse”, afirma.
Em sua casa, o microempreendedor individual recebe de 30 a 40 pedidos por mês, a maior parte para regular as cordas de guitarras, violões e contrabaixos. O preço para esse serviço varia de R$ 120 a R$ 200.
A personalização e a montagem de instrumentos correspondem à menor parte dos pedidos e podem custar até R$ 5.000. “Esse é um serviço mais específico, geralmente solicitado por colecionadores de instrumentos ou integrantes de bandas”, diz.
Nicho de mercado é pequeno e exige especialização
A restauração de instrumentos é um nicho de mercado pequeno, que atende principalmente músicos e colecionadores, de acordo com o coordenador da incubadora de negócios da ESPM, José Eduardo Balian.
Para que a luteria seja viável como negócio, é preciso conhecer a fundo as técnicas de produção e restauração dos instrumentos, segundo o professor da escola de música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Celso Ramalho.
“O luthier é como um artesão. Precisa conhecer cada detalhe e visualizar uma peça finalizada antes mesmo de começá-la. Sem preparo, corre-se o risco de a atividade não vingar e ser apenas um hobby ou complemento de renda”, diz.
No caso das réplicas, o diretor jurídico da Abral (Associação Brasileira de Licenciamentos), Márcio Gonçalves, alerta que a cópia de pinturas ou do formato de instrumentos musicais precisa ser autorizada por seus criadores.
"A partir do momento em que o artista cria um desenho para seu instrumento, a obra já está automaticante protegida por direitos autorais. Caso o criador original se sinta lesado, ele pode pedir à Justiça o recolhimento do produto e até uma indenização por danos morais", afirma.
Apesar de não ter autorização, Rafael Romano afirma que nunca teve problemas com a réplica de pinturas.
Onde encontrar:
Music Kolor: (11) 3705-2383. Site: musickolor.com.br
Polvani Custom Shop: (47) 3435-1098. Site: polvaniluthier.com
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