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Vendas online têm espaço para todos, desafio é se destacar, diz consultora

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

03/02/2014 06h00

Quando o fundador da Netshoes, Marcio Kunruian, 40, entrou para o comércio online, em 2002, se encantou com a possibilidade de poder concorrer com grandes empresas de igual para igual. Porém, as vendas começaram mais tarde do que ele esperava.

"No primeiro mês, não vendemos nada. No segundo mês, vendemos um par de sapatos. No terceiro, três pares. Fomos crescendo aos poucos. As pessoas tinham receio de comprar pela internet, principalmente calçados, porque elas têm o hábito de experimentar antes", declara. Hoje a empresa é uma das gigantes entre as lojas de artigos esportivos.

Segundo Hyrla Silva, consultora de comércio eletrônico do Sebrae (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa), as pessoas, de maneira geral, tendem a achar que o retorno de negócios online é rápido, mas ela diz que não é assim.

“Assim como negócios físicos, o tempo de maturidade e retorno de um negócio na internet é de um a dois anos. A internet é muito grande, é difícil se destacar”, declara.

Ela diz que, para se diferenciar, o ideal é que a empresa restrinja seu portfólio de produtos para atender a um nicho específico, como fez a Netshoes. Quando surgiu, em 2000, a empresa era uma loja física e vendia todos os tipos de calçados. Apenas em 2007 focou na internet e em itens esportivos.

Depois de ganhar visibilidade dentro de um nicho, é possível aumentar a oferta de itens relacionados ao produto principal, afirma a consultora.

Questões logísticas, relacionadas a prazo e custo de entrega, costumam ser dificuldades de empresas de comércio eletrônico.

“O dono da empresa tem que pensar estrategicamente. Se for muito pequeno, o ideal é começar regionalmente e só depois ampliar as vendas para todo o Brasil. Mas, para isso, ele precisa saber onde está seu público, fazer pesquisas de mercados e se preparar.”