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Paixão das mães por costura e cozinha vira negócio para as filhas

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

09/05/2014 06h00

Costurar e cozinhar, atividades que eram hobbies das mães, viraram negócios de verdade para as filhas. Esse é o caso da grife de moda feminina Minha Mãe Que Fez e do café Delícias da Minha Mãe, ambos em São Paulo (SP).

Eunice de Menezes Navarro, 54, proprietária da Minha Mãe Que Fez, diz que sempre gostou de costurar. Quando a filha mais velha dela, Michele, entrou para a faculdade, era a empresária quem fazia os vestidos que a jovem utilizava.

Segundo Navarro, as amigas da filha frequentemente perguntavam quem tinha feito os vestidos, e a resposta era sempre a mesma: foi minha mãe que fez. Daí surgiu o nome da empresa.

“De tanto ouvir elogios, minha filha me sugeriu criar uma marca de roupas femininas. Além disso, ela sempre traz ideias novas para os vestidos e me ajuda a cuidar do negócio”, declara. Na empresa, a mãe cuida da criação das peças e a filha, do marketing.

A marca foi criada em 2007. Na época, Navarro já tinha uma confecção de roupas infantis. Segundo a empresária, em um ano, o faturamento da Minha Mãe Que Fez atingiu o dobro da receita da antiga empresa, que, por decisão estratégica, foi encerrada. Os valores, no entanto, não foram revelados.

Hoje, a empresa tem quatro lojas próprias na capital paulista. Os vestidos são o carro-chefe e representam 60% das vendas, segundo Navarro. Por mês, são vendidas, em média, 200 peças, que custam de R$ 75 a R$ 110. Também são comercializadas saias, blusas e casacos com preços entre R$ 30 e R$ 65.

Empresária usa caderno de receitas da mãe para criar cardápio

Giselli Cardoso, 38, dona do café Delícias da Minha Mãe, abriu a empresa para utilizar as receitas de bolos e sobremesas feitos na infância por sua mãe, Lourdes, morta em 2002. “Cozinhar era o hobby da minha mãe. Os doces que ela fazia eram muito bons e sempre agradavam à família”, diz.

Parte do cardápio foi montada com receitas retiradas do caderno da mãe, segundo a empresária. Os mais pedidos são os bolos simples, de banana e toalha felpuda (também conhecido como bolo gelado). A fatia custa R$ 5,60, enquanto o bolo inteiro sai por R$ 30.

Doces simples como miniqueijadinha e brigadeiro custam R$ 2 a unidade. Bolos para festas nos sabores chocolate, prestígio, floresta negra e paçoca saem por R$ 65. Por mês, são atendidos, aproximadamente, 2.600 clientes, e o valor médio gasto por eles é de R$ 8, segundo a empresária. O faturamento não foi divulgado.

“Preparo as receitas do meu negócio como se as estivesse fazendo para eu mesma receber meus amigos em casa. Era assim que minha mãe fazia antigamente e foi como ela me ensinou”, declara.

Hobby precisa gerar lucro como negócio, diz consultor

Para o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Reinaldo Messias, quando se transforma o próprio hobby ou o da mãe em um negócio, a chance de sucesso do empreendedor é maior.

“Por ser uma paixão, o empresário fica mais motivado e engajado no negócio”, diz. No entanto, o consultor afirma que a empresa precisa, acima de tudo, ser lucrativa. “O prazer da atividade por si só não vai pagar as contas no fim do mês.”

Segundo Messias, antes de começar o negócio, o empreendedor deve avaliar se o hobby é viável financeiramente. É preciso calcular o investimento inicial, previsão de vendas e de lucro, preço das mercadorias, custos fixos e se haverá público para consumir o produto ou serviço ofertado.

“Às vezes, o hobby, por ser específico demais, pode não ser viável como negócio. O importante é o empreendedor fazer todos esses cálculos e não se deixar levar apenas pela paixão”, afirma o consultor.

Onde encontrar:

Café e Delícias da Minha Mãe: rua Tavares Cabral, 184, Pinheiros, São Paulo (SP). Fone: (11) 3034-3889.

Minha Mãe Que Fez: rua Pelotas, 58, Vila Mariana, São Paulo (SP). Fone: (11) 5539-0481. Site: www.minhamaequefez.com.br