Ex-office boy abre empresa e fatura R$ 30 mi com transporte de documentos
Transportar documentos de empresas, como notas fiscais e contratos, é o negócio do empresário Thiago Oliveira, 34. Em 2002, depois de ter trabalhado como office boy e como motorista de uma transportadora, ele fundou a IS Logística, que faturou R$ 30 milhões em 2013.
Oliveira percebeu a oportunidade de negócio quando era motorista. “A transportadora fazia coletas e entregas de cargas junto com documentos, o que era um risco, já que a documentação poderia ser extraviada em caso de roubo de mercadoria. Pesquisando o mercado, vi que não havia nenhuma empresa especializada só no transporte de documentos e resolvi apostar.”
O negócio começou com investimento inicial de R$ 17 mil emprestados por um amigo, valor usado na abertura da empresa e no aluguel de uma sala comercial em São Paulo. Os dois primeiros motoristas trabalhavam com veículo próprio, só em 2003 a empresa financiou seu primeiro carro.
Hoje a empresa possui uma frota com mais de 120 veículos --entre carros de passeio, vans e pequenos caminhões--, além de parceria com companhias aéreas. São quase 300 funcionários em 24 filiais distribuídas por 21 Estados, e cobertura de cerca de 90% do território nacional. Por dia, são realizadas 8.500 coletas e entregas.
Entre os cerca de 400 clientes, há grandes empresas com filiais espalhadas pelo país que precisam trocar documentos com frequência. A IS transporta os documentos em malotes, lacrados pelo cliente e coletados em horários definidos no contrato.
Os contratos costumam ser anuais e os preços variam de acordo com a periodicidade das coletas e entregas e com a região. “A coleta e a entrega no Estado de São Paulo podem custar R$ 230, mas se for enviar para Manaus, por exemplo, [o serviço] pode sair por R$ 1.300”, afirma.
Rastreamento e especialização
Segundo Oliveira, a IS Logística não concorre com motoboys por transportar documentos entre cidades. Seus principais concorrentes são outras transportadoras, que também levam mercadorias, e os Correios.
O diferencial da empresa, de acordo com Oliveira, é a especialização, o que reduz o risco de perder os papeis em caso de roubo de carga, e a possibilidade de rastrear os malotes em qualquer etapa do transporte por meio de um aplicativo no celular.
Más condições das estradas exigem gerenciamento de risco
Para Vagner João da Silva, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o empresário precisa possuir um bom sistema de gerenciamento de risco para trabalhar com logística e estar preparado para lidar com a má condição das estradas no país.
"Ele deve fazer manutenção preventiva nos veículos, para que eles não fiquem parados e vulneráveis nas rodovias. Precisa ter um cadastro de todas as pessoas ligadas à operação, para garantir que não tenham antecedentes criminais, roteirizar a entrega para evitar locais suspeitos, ainda que pegue um caminho mais longo e assim por diante."
Quem quiser investir nessa área precisa se preparar para gastos elevados com manutenção de veículos, acidentes ou roubos de carga, alerta o consultor.
Em doze anos de empresa, Oliveira diz que foi assaltado apenas duas vezes, o que ele atribui ao fato de não transportar carga. Nos contratos, a IS Logística se responsabiliza e indeniza o cliente caso haja prejuízo.
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