Empresas usam desenhos e frases de crianças para criar bonecos e joias
Desenhos e frases feitas por crianças são a fonte de inspiração para as peças de duas empresas paulistas, a Rabisquedo, de Sorocaba (99 km a oeste de São Paulo), que fabrica bonecos de pelúcia, e a Lica Vincenzi, na capital, que produz joias.
Criada há um ano e meio, a Rabisquedo espera fechar 2013 com um faturamento de R$ 300 mil.
A empresa comercializa, atualmente, uma média de 120 bonecos personalizados (de 35 centímetros a 40 centímetros) de pelúcia por mês, feitos por encomenda pela internet, além de 1.500 modelos na cor branca (menino, menina, foguete, estrela e coração, entre outros), com tecido de pelúcia próprio para receber desenhos de caneta.
A linha branca é comercializada no atacado para escolas, instituições de ensino, bibliotecas e empresas de diversos ramos interessadas em presentear crianças.
“A meta é chegar a R$ 1 milhão em 2014, triplicando o faturamento”, diz a diretora de marketing da Rabisquedo, Jéssica Domingues, 22.
A empresa, criada em julho de 2012 pelo programador de computadores Bruno Abdelnur, começou com um investimento de R$ 15 mil.
“A maior parte dos gastos foi com a papelada e com o registro da marca. O mais importante foi estruturar a empresa para que tudo funcionasse bem, não houvesse atrasos nas entregas e a qualidade fosse mantida”, contou Jéssica.
Para triplicar o faturamento no próximo ano, a Rabisquedo prepara o lançamento de mapas, números e letras de pelúcia, que pretende comercializar para instituições de ensino, além de pais e empresas interessadas em presentear crianças.
“O mercado é grande e pouco explorado.” Além da nova linha de produtos, afirma a diretora, a ampliação do faturamento da Rabisquedo vai, também, ancorar-se na utilização de um aplicativo para celular, por meio do qual o cliente poderá enviar os desenhos e já fazer sua encomenda.
Escrita original do filho vira peça de ouro e prata
Ex-publicitária, a designer Lívia Vincenzi, 32, pegou emprestado seu apelido familiar para dar nome à Lica Vincenzi, marca que criou em 2010 para transformar sua paixão por joias em negócio.
Além das coleções para adultos, a empresária fabrica uma linha exclusiva para bebês e crianças, a Liquinha, que reproduz uma frase escrita de próprio punho pela criança.
A Lica Vincenzi, por meio de pedidos pela internet, recebe as frases e palavras escritas pelas crianças e molda as letras em ouro e prata, preservando a grafia. São comuns frases do tipo “mamãe, eu te amo” e desenhos como corações e estrelas, além de nomes próprios.
Os preços dos colares variam de R$ 480 (prata banhada a ouro) a R$ 1.320 (ouro 18 quilates). O preço, diz a empresária, depende do tamanho dos nomes e das frases. Atualmente, Lica Vincenzi recebe cerca de 40 encomendas por mês.
“As mães choram muito e as avós ficam enlouquecidas”, afirma a designer.
A empresária diz que também produz joias para o dia a dia da mulher, cujos preços variam de R$ 500 (brinco de ouro) a R$ 40 mil (brinco de diamante e esmeralda).
Segundo a empresária, a linha infantil representa cerca de 40% do faturamento da companhia, a maior parte proveniente da escrita original das crianças.
“É difícil falar em números. Não dá para falar em faturamento e lucro. Mas a empresa está a todo vapor. Está indo muito bem. Sobretudo, as linhas para os bebês e crianças”, afirma. A empresária diz que toda a produção é feita em São Paulo.
“Encontro as pedras necessárias à produção, faço o desenho e as peças, que são exclusivas, são produzidas nas oficinas de ourives, fundições e lapidações daqui mesmo. Todo o trabalho é terceirizado, mas tem o meu acompanhamento em cada etapa”, diz a designer.
Empresárias souberam se diferenciar para brigar com grandes
Para o consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo) Haroldo Eiji Matsumoto, as empresas Lica Vincenzi e Rabisquedo souberam encontrar um nicho de mercado no segmento de brinquedos e produtos para crianças explorado basicamente por grandes empresas.
“Elas souberam transformar um desejo em produto. São empresas com grandes possibilidades de crescimento e de avanço no mercado”, afirma Matsumoto.
É preciso avaliar se mercado permite crescimento da empresa
Segundo o especialista, no entanto, a questão que se coloca para essas empresas é saber se há clientes em número suficiente para manter o negócio.
Ele afirma que é o tamanho do mercado que vai determinar as possibilidades de crescimento dessas empresas.
“As ideias são boas, não há dúvida. Entretanto, é importante saber se o mercado é suficiente para atender as metas dessas empresas”, diz.
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