Em alta, mercado de imóvel faz empresa faturar até R$ 100 mil com maquetes
O aumento dos lançamentos imobiliários em São Paulo (SP) está refletindo no desempenho do mercado de maquetes (representação em escala reduzida de uma obra de arquitetura ou engenharia).
Segundo empresários do setor, houve um acréscimo de até 38% nos pedidos de projetos durante os meses de janeiro e agosto de 2013.
No mesmo período, os lançamentos de imóveis residenciais na capital paulista subiram 39% – passaram de 13.127 unidades para 18.267– , de acordo com pesquisa do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).
De acordo com empresários que atuam com produção de maquetes, é possível faturar até R$ 100 mil por mês com o negócio.
O preço dos projetos varia conforme o tamanho. Alguns empresários cobram de R$ 10 mil (para a maquete de uma casa de 400 metros quadrados) a R$ 500 mil (para a maquete de um bairro planejado com áreas de moradia, comércio e hotelaria).
Mercado em expansão atrai empreendedor
Trabalhar com um produto artesanal e, ao mesmo tempo, explorar um novo campo de negócio levou Luis Felipe Duarte, 31, a abrir, em 2011, a Mega Maquetes, de São Paulo (SP).
Desde o início do negócio, Duarte diz que focou sua atuação no atendimento a construtoras, incorporadoras, prefeituras e universidades.
Ele afirma que precisou investir R$ 100 mil para abrir a empresa. O valor incluiu a contratação de cinco maquetistas, a compra de equipamentos, material para produzir as maquetes e móveis.
Os profissionais que atuam com a produção de maquetes, normalmente, são engenheiros e arquitetos. "É um trabalho que exige um nível de especialização elevado", diz Duarte.
O empresário diz que faz maquetes de R$ 10 mil (casa de 400 metros quadrados) até R$ 75 mil (conjunto de seis prédios).
Para disputar clientes com grandes empresas, ele afirma que investe na oferta de projetos mais baratos do que as concorrentes. Ele cita como exemplo o orçamento de um prédio de 22 andares.
A concorrente cobrou R$ 35 mil para produzir a maquete. A Mega Maquetes fez o serviço por R$ 25 mil, ou seja, uma diferença de R$ 10 mil (29% mais barato).
"Trabalhamos com uma estrutura enxuta, com poucos funcionários e baixo custo mensal, por isso conseguimos reduzir nossos preços ao máximo para ganharmos clientes das grandes", diz.
Atualmente, a empresa fatura a média de R$ 100 mil por mês e tem um lucro de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Segundo Duarte, para atingir esse resultado mensal ele precisa produzir cerca de quatro maquetes por mês. O preço médio de uma maquete é de R$ 25 mil.
O empresário afirma que fechou 2012 com uma média de 60 atendimento por mês e que, de janeiro a agosto de 2013, houve um aumento de 30% na procura pelo serviço. No período, foram feitos 78 orçamentos.
Amigo de infância estimulou abertura de empresa
O empresário Ithanderson Macedo Alves, 35, trabalhou durante quatro anos com um amigo antes de abrir a sua empresa de maquete, a Itaoka, em 2007. Segundo Alves, foi o próprio amigo que o estimulou a investir no seu próprio negócio.
"Ele disse que eu tinha condições de ganhar mais com o serviço e que estava na hora de abrir a minha empresa", diz. Alves, então, juntou suas economias e investiu R$ 80 mil. O dinheiro foi usado para a compra de equipamentos, móveis e material para produzir as maquetes.
Como estratégia para não elevar os gastos da empresa, o empresário diz que não mantém funcionários fixos. "Os contratos são feitos por projetos, o que me garante mais liberdade nos gastos mensais", diz.
Segundo Alves, os preços das maquetes variam de R$ 15 mil (prédio de 10 a 20 andares) a R$ 500 mil (bairro planejado com áreas de moradia, comércio e hotelaria).
A empresa não revela o faturamento mensal. O empresário afirma que a média de atendimentos no período de janeiro a agosto, na comparação com o ano passado, subiu 38% - passou de 16 para 22.
Construtoras pesquisam fornecedores e querem qualidade
De acordo com empresários do setor, como o mercado imobiliário ficou mais competitivo, construtoras e incorporadoras estão pesquisando mais antes de escolher fornecedores. Por isso, quem quiser ganhar espaço no mercado deve investir em qualidade e oferecer os melhores prazos e preços.
Segundo ele, para reproduzir com fidelidade a obra, projetistas utilizam equipamentos como laser (que faz o corte do material com precisão) e impressora 3D. "A maquete precisa ser igual ao projeto, com uma qualidade que conquiste o construtor e o cliente dele", diz Duarte.
Empresário deve conhecer dinâmica do mercado imobiliário
Pessoas que não conhecem o mercado imobiliário podem ter dificuldades para abrir um negócio nessa área.
E só quem conhece o mercado sabe os atalhos para contratar esses profissionais. "O boca a boca de mercado é um desses atalhos e quem está fora dele terá muita dificuldade", diz Alves.
Segmento é fechado e sazionalidade exige planejamento
Programar visitas e reuniões com construtoras e incorporadoras e fazer amizades com profissionais do meio são algumas estratégias para entrar no mercado de maquetes, segundo especialistas.
"O empresário precisa circular para se tornar conhecido. O que ajudou na consolidação da minha marca foi a convivência que eu tinha há mais de cinco anos com pessoas da área da construção civil", afirma Duarte.
Para o empresário, além de conhecer pessoas do meio, é preciso ter planejamento financeiro. "O mercado de vendas é de abril a dezembro. No período de janeiro a março, são feitas apenas consultas e orçamentos."
Serviço
Mega Maquetes - Rua Rua Dias Vieira, 133, Vila Sônia, São Paulo (SP). Fone: (11) 3539 0006
Site: www.megamaquetes.com.br
Itaoka Maquetes - Rua Dom Antonio de Alvarenga, 66, Vila Gumercindo, São Paulo (SP). Fone: (11) 3536-3960
Site: www.itaokamaquetes.com.br
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