Aumento acima do esperado da taxa de juros não é bom sinal, diz analista
Esta quarta-feira (16) é conhecida no mundo dos investimentos como a "super-quarta". Isso porque tanto o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, como o Banco Central do Brasil anunciam as novas taxas de juros de suas economias. Diferentemente de outros anúncios, porém, este é particularmente muito esperado pelo mercado.
Tanto a inflação norte-americana como a brasileira têm aumentado acima das expectativas, e subir os juros é a defesa mais esperada do Fed e do BC para conter esse avanço. Juros maiores nos EUA têm impacto nos mercados de todo o mundo, principalmente em países emergentes em recuperação econômica, como o Brasil. Mas juros maiores no Brasil também afetam a economia e os seus investimentos.
A expectativa é de que o Banco Central eleve a Selic, a taxa de juros brasileira, de 3,5% ao ano para 4,25% ao ano. Segundo o economista Felipe Bevilacqua, da casa de análise Levante Ideias de Investimentos, se o BC subir a Selic acima desse patamar, o sinal não é bom nem para a economia, nem para os seus investimentos. Entenda abaixo o motivo da preocupação.
Taxa de juros mais alta não é bom sinal
Segundo Bevilacqua, elevar a taxa de juros nesta quarta (16) é algo esperado pelo mercado.
De fato, uma taxa de juros elevada não é algo bom em um ambiente de recuperação econômica, porém é importante destacarmos dois pontos: estamos vendo um cenário de crescimento econômico e a elevação da Selic já é esperada --isso significa que já "está no preço. Os ativos já estão precificados contando com a elevação da taxa de juros, então podemos concluir que uma elevação dentro do esperado não irá afetar, por si só, os ativos de renda variável.
Felipe Bevilacqua
O analista afirma que os indicadores econômicos têm apresentado sinais significativos de melhora. O PIB do primeiro trimestre de 2021 mostrou um avanço de 1,2% frente ao trimestre anterior. "Isso nos traz a patamares pré-pandemia", diz.
O problema, segundo o analista, é se o aumento for maior do que os 0,75 pontos percentuais já esperados.
Se o Copom decidir elevar a taxa acima das projeções, então devemos nos atentar. E isso porque uma elevação da taxa acima do esperado pode causar uma movimentação negativa no mercado. Esse fato pode acontecer caso o Banco Central entenda, com base em uma série de fatores, que a alta da inflação não será temporária e poderá fugir do controle.
Felipe Bevilacqua
Quando a taxa de juros está em patamares muito altos, existe um arrefecimento da economia e isso pode ser tão prejudicial quanto o avanço da inflação, afirma o analista.
A diminuição da atividade econômica pode resultar em uma alta no desemprego, o que nos leva apenas a problemas diferentes, os quais, a meu ver, apresentam a mesma gravidade.
Bevilacqua reforça que é esperada uma alta da taxa de juros e se ela vier em linha com as expectativas, não é prevista nenhuma movimentação negativa no mercado.
O mais importante nesse momento é continuar acompanhando os indicadores econômicos, pois eles sinalizam o rumo da situação econômica do país e nos indicam a necessidade de fazer qualquer alteração nas nossas carteiras de investimentos.
No relatório feito pelo analista você encontra a análise completa sobre o impacto da inflação brasileira e norte-americana nos seus investimentos. Você pode acessar o relatório aqui.
O analista ressalta ainda que a distribuição da carteira recomendada aos assinantes de UOL Economia+ está bem balanceada, com uma maior fatia focada em investimentos atrelados à taxa Selic, deixando a carteira protegida em um cenário de elevação da taxa de juros.
Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão aqui:
- Carteira quem não aceita risco algum;
- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco;
- Carteira para quem é mais moderado;
- Carteira para quem aceita mais risco;
- Carteira para quem aceita alto risco.
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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