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Mãe da BBB Franciele fatura R$ 10 mil com hot dog de rua; veja negócio

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/01/2014 06h00

Confinada na casa do “Big Brother Brasil”, da TV Globo, desde o dia 14 de janeiro, a participante Franciele vem de uma família de empreendedores. A mãe dela, Erica Almeida Bvanut, 43, é dona de um trailer que vende hot dogs em Ribeirão Preto (313 km a norte de São Paulo).

Bvanut trabalha no período das 17h à meia-noite. Segundo ela, o maior movimento é no fim de semana, quando chega a vender entre 50 e 60 hot dogs por dia. No restante da semana, as vendas diárias ficam entre 20 e 30 cachorros-quentes.

Os preços variam de R$ 4, para o hot dog simples (com salsicha, purê e batata palha), a R$ 6, para o especial (com queijo e bacon ou presunto e mozarela).

Como vende hambúrgueres (que custam de R$ 8,50 a R$ 12,50), sucos e refrigerantes, o faturamento mensal chega a R$ 10 mil.

No entanto, a empresária diz que 70% desse valor é destinado a cobrir custos do negócio e o pagamento das parcelas do trailer, que devem ser quitadas em um ano. Ela afirma que, no final do mês, o lucro líquido é de R$ 3.000.

“Gastamos muito com matéria-prima e combustível para puxar o trailer. Além disso, ainda estamos pagando pela estrutura”, diz. O negócio foi aberto em março de 2013 e o investimento foi de, aproximadamente, R$ 50 mil, segundo Bvanut.

Hot dog faz sucesso na capital paulista

A atividade da mãe da “sister” ganhou destaque na ficção. Na novela “Amor à Vida”, também da TV Globo, o vilão Félix (Mateus Solano) vendeu hot dogs na rua 25 de Março, em São Paulo (SP), ao lado de Márcia (Elizabeth Savalla), quando foi expulso de casa.

Logo que entrou no BBB, Franciele foi comparada a Valdirene, personagem de Tatá Werneck, que é filha da Márcia na novela. A sister foi apontada como a Valdirene da vida real por sua mãe vender hot dog e pela sua vontade de entrar no programa, assim como a Valdirene.

O vendedor de hot dogs Cícero Salvador de Santana, 50, tem o ponto no campus da USP (Universidade de São Paulo), na capital paulista, há 25 anos. Ele abriu o negócio depois de perder o emprego de cobrador de ônibus.

“Decidi que não iria mais ter chefe e faria minha própria rotina”, afirma. Por dia, ele diz vender, em média, 30 cachorros-quentes. O preço é de R$ 5 para o lanche com uma salsicha e de R$ 6, com duas. O faturamento não foi revelado.

O empresário trabalha das 10h às 18h de segunda a sexta-feira. A partir de fevereiro, quando os alunos da universidade retornarem das férias, começará a vender também aos sábados.

Já na zona oeste, próximo à praça Panamericana, Wilson de Oliveira Botelho Júnior, 44, vende hot dogs em uma Kombi adaptada há 14 anos ao lado do pai. O empreendedor trabalha de segunda a sexta-feira, das 6h às 16h.

Para montar o negócio, ele calcula ter investido R$ 10 mil na compra do veículo seminovo e mais R$ 11 mil para adaptá-lo. Apesar de ser empresário há tanto tempo, Botelho Júnior afirma que não tem controle de quantos lanches vende ou do faturamento do negócio.

“Para ser sincero, comecei a fazer estes cálculos com minha esposa ontem [21 de janeiro, um dia antes de conversar com a reportagem]. Até então, nunca me atentei a isso”, declara.

Vendedores precisam se enxergar como empresários

Para a gerente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) na região do Alto Tietê, Cristiane Rebelato, é comum que vendedores de hot dog não tenham controle sobre as vendas e fluxo de caixa.

Segundo ela, ainda falta profissionalismo à atividade. “Os vendedores de cachorro-quente precisam se enxergam como empresários para expandir o negócio”, diz..

Por atuarem nas ruas, esses vendedores estão mais expostos a assaltos e roubos. Uma alternativa para reduzir as perdas, de acordo com Rebelato, é o uso de máquinas de cartão de débito e crédito. “Com esses equipamentos, ele fica com menos dinheiro no caixa e dá mais conforto para o cliente na hora de pagar. No entanto, precisa estar formalizado.”

De acordo com Rebelato, outro fator determinante para o sucesso do negócio, é a escolha do ponto comercial. "Os locais mais indicados são os com grande fluxo de pessoas, como calçadões, praças, terminais de ônibus, porta de faculdades, baladas, hospitais e parques públicos", diz.

Onde encontrar:

Barraca do Cícero: Avenida Professor Luciano Gualberto, próximo aos bancos, Cidade Universitária, São Paulo (SP)

Kombi do Wilson: Praça Panamericana, Alto de Pinheiros, São Paulo (SP)

Trailer da Erica: Avenida Américo Batista, altura do 3.500, Jardim Procópio, Ribeirão Preto (SP)