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Sites permitem personalizar recheio de chocolate, salto e design de sapato

Sergio Kapustan

Do UOL, em São Paulo SP

25/09/2013 06h00

A procura por um chocolate para a namorada e de um sapato para a noiva levou os empresários Filipe Onuki Libano, 28, e Fellippe Luiz da Silva, 26, a abrirem, cada um, um negócio diferente de produtos personalizados na internet.

Com um investimento de R$ 200 mil, Libano, da capital paulista, iniciou, em junho deste ano, a venda de chocolates personalizados, com a Chococrie. A loja permite que o cliente monte o seu chocolate (com até cinco ingredientes) no site da empresa e receba o produto em casa.

Silva lançou, em março deste ano, a linha de sapatos exclusivos Vionee. Para abrir a empresa, que tem sede em São João Batista (SC), ele investiu R$ 800 mil.

Paixão por chocolate motivou empresa

Ex-bancário, Libano decidiu investir em chocolate gourmet depois de procurar um produto diferenciado para a namorada Lilian Shimizo Takaka, 29. "A gente é fã de chocolate", diz ele.

O presente tinha um motivo especial: o casal estava celebrando três anos de namoro. Depois de muita procura, ele não encontrou o que desejava e decidiu comprar uma barra comum  e derreter em casa, mas o chocolate queimou. A solução foi comprar uma joia, mas a ideia do chocolate diferenciado ficou na cabeça.

Libano foi, então, procurar orientação no setor e decidiu fazer cursos, entre eles, da Chocolate Academy, projeto da Barry Callebau, fabricante belga de chocolates gourmet. Para se diferenciar, o empresário decidiu pelo chocolate belga por ser mais sofisticado, segundo ele.

No mês passado, a companhia vendeu a média de 73 barras por dia e faturou R$ 28,7 mil.

A Chococrie oferece 83 ingredientes, como avelã, uva-passa, flocos, cereja desidratada e gengibre, que permitem combinações diferentes e personalizadas, de acordo com Libano. O preço básico da barra de 100 g é R$ 8,25 e o prazo de entrega é de três dias úteis.

Busca por sapato exclusivo inspirou negócio

A história da Vionee começou em março de 2011, quando o empresário decidiu casar com a administradora de empresa Natalia Nuner Arruda, 24. Na época, o casal deixou para o final a compra do sapato dela. Mas a compra transformou-se numa dor de cabeça para eles.

A noiva não gostou dos modelos escolhidos. "Nós percebemos que havia uma carência de produtos diferenciados e decidimos montar um negócio depois", diz o empresário.

Hoje, o site da Vionee permite que os clientes criem até cem calçados diferentes.

Segundo Silva, além da opção de montar seu sapato, o site também arquiva os modelos criados pelos internautas em uma galeria para consultas. "Se um cliente gostar do modelo de sapato que outro desenhou, parte do lucro da venda é revertido em bônus para o criador na próxima compra", diz.

O site permite que o cliente escolha a matéria-prima do calçado e os demais adereços, com salto, verniz e cor. O prazo de entrega é de 10 dias úteis.

A loja fatura, em média, R$ 40 mil por mês, com lucro de R$ 4.000 a R$ 8.000.

Os preços variam de R$ 180 (sapato) a R$ 1.200 (sandália para casamento). Ele afirma que o sapato montado tem uma folga de meio número e o cliente recebe, gratuitamente, dois ajustes de silicone para fazer as correções necessárias.

Consumidor paga caro, mas quer qualidade, diz especialista

Segundo especialistas, o consumidor aceita pagar caro por um produto personalizado desde que ele tenha qualidade e seja exclusivo. De acordo com Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa), a diferença pode chegar a 200%, na comparação com um produto comum.

"Se você prometer que usará chocolate belga na composição do doce, não poderá substituir por outro jamais", afirma.

Para Nagamatsu, o empresário também deve fazer um planejamento de mercado, desde a matéria-prima até o marketing, para saber se o negócio é viável ou não.

Investir em certificação técnica e no controle de qualidade de produtos ou serviços personalizados é importante para o negócio, diz o consultor.

De acordo com o gerente comercial da multinacional suíça Barry Callebaut, Plínio Freitas, nos últimos três anos, o consumo de chocolates gourmet, vem crescendo, em média, 25% ao ano no país, o que torna o negócio atraente.

Além de calçados e chocolates, Nagamatsu afirma que educação (idiomas), beleza e alimentação são mercados de produtos exclusivos que podem ser explorados.

Empresário deve ter cuidado com estoque e com segurança do site

Manter um estoque equilibrado para evitar encalhe e oferecer um site seguro para os clientes efetuarem suas compras, segundo especialistas, são preocupações enfrentadas por empreendedores que investem na criação de lojas virtuais.

Para Nagamatsu, é importante controlar bem o fluxo de produtos para não deixar faltar itens que registram bastante saída e encalhar outros que não são muito solicitados. "Para os pequenos negócios, esse equilíbrio é fundamental para garantir o capital de giro", diz.

O consultor afirma, ainda, que cuidados com a segurança e a privacidade do site devem ser rigorosos. “O consumidor precisa ter a garantia de que ele não será fraudado e terá seus dados divulgados para terceiros ou número do seu cartão clonado, por exemplo.”

Onde encontrar

Chococrie: www.chococrie.com.br
Vionee: www.vionee.com.br