Com foco na capacitação, Bradesco leva prêmio de diversidade e inclusão
Resumo da notícia
- Bradesco venceu o Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar 2020 na categoria "Mais Incrível em Diversidade e Inclusão"
- Banco mantém programas específicos de contratação e desenvolvimento para negros e mulheres - eles já compõem, respectivamente, 41% e 32% dos gestores
- Há também iniciativas consolidadas para outras minorias, como pessoas com deficiência (PCD) e LGBTs
- Com investimento de R$ 172 milhões, universidade corporativa é a principal ferramenta para garantir que minorias possam progredir na carreira
- Parceria com a ONG Laboratória desenvolve mulheres para o mercado digital, com curso gratuito de seis meses em programação front-end
- Grupos de Afinidade de etnia, gênero, sexualidade e PCDs estão diretamente ligados ao Comitê de Sustentabilidade e Diversidade e influenciam decisões
Quando a diretora executiva do Bradesco Glaucimar Peticov fala sobre diversidade, o assunto vai longe. Começa em diversidade, logo passa para inclusão e, a qualquer momento, já mudou para capacitação. Não é por acaso. Para o gigante do setor bancário, os três assuntos estão necessariamente conectados - e foi essa visão que rendeu a vitória no Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar 2020, na categoria "Mais Incrível em Diversidade e Inclusão".
A empresa pontuou bem em vários quesitos ligados à categoria na pesquisa FIA Employee Experience 2020, que serve de base para o Prêmio. Entre seus líderes, o Bradesco conta com 41% de pardos e negros e 32% de mulheres - valores acima da média. Ambos os grupos possuem programas específicos de contratação e políticas internas voltadas exclusivamente para seu desenvolvimento de carreira. Há também iniciativas consolidadas para outras minorias, como pessoas com deficiência (PCD) e LGBTs.
"Diversidade, por si só, é apenas um ponto. É uma sinalização", explica Glaucimar, que hoje dirige as áreas de RH, marketing, ouvidoria e PMO. "O grande lance é a gente trabalhar com a inclusão. Não sei se você já escutou a frase, 'diversidade é convidar todo mundo para uma festa, inclusão é quando você tira o povo pra dançar'."
R$ 172 milhões na capacitação
Para a executiva, não é "justo" uma organização mostrar que tem um cenário diverso se as pessoas desprivilegiadas ou de grupos minoritários não têm, de fato, uma perspectiva de carreira ali dentro. Então, é crucial que a organização enfrente a desigualdade educacional desses colaboradores, algo que está ao alcance de um dos bancos mais lucrativos do país.
A escala do Bradesco é massiva. "Estamos falando de 92 mil colaboradores", reforça Glaucimar. Isso automaticamente potencializa os programas de diversidade, inclusão e capacitação a números de grandeza geopolítica. "No ano passado, investimos mais de R$ 172 milhões na capacitação desse quadro", ela conta.
Esse aparato de educação corporativa é o ponto de partida dos programas de inclusão do banco. A Unibrad, premiada em 2017 pelo Conselho Global de Universidades Corporativas como a melhor do mundo, tem 13 unidades pelo Brasil. É em suas salas de aula, por exemplo, que os estagiários negros da Faculdade Zumbi dos Palmares começam o programa de estágio inclusivo que o banco mantém há 16 anos.
É na Unibrad, também, que as pessoas com deficiência passam os seis primeiros meses a partir da contratação fazendo o curso de Gestão Bancária, recebendo, nesse ínterim, salário e benefícios. O programa de inclusão da comunidade LGBTI+, deslanchado no ano passado, culminou, este ano, com a criação do curso "Inclusão e Carreira da Comunidade LGBTI+ no Mercado de Trabalho".
A igualdade de gênero tem uma bem-sucedida parceria com a ONG Laboratória, que desenvolve mulheres para o mercado digital, com um curso gratuito de seis meses em programação front-end e habilidades socioemocionais e profissionais. As alunas que se destacam no programa são contratadas pelo banco.
"Não fazemos nada por modismo"
Glaucimar explica que ao longo dos anos, a empresa consolidou Grupos de Afinidade para cada um dos quatro pilares das políticas inclusivas: étnico-racial, gênero, sexualidade e PCDs. Esses grupos reúnem colaboradores voluntários e estão diretamente conectados com o Comitê de Sustentabilidade e Diversidade, do qual participam importantes executivos, como o Presidente e o Presidente do Conselho de Administração.
É essa estrutura de pirâmide que ajuda a explicar trabalho sistêmico do Bradesco com diversidade e inclusão. A quantidade de ações é surpreendente: a brochura impressa dedicada ao tema tem 18 páginas. São dezenas de programas, patrocínios, méritos e atividades pontuais que o banco promove há praticamente vinte anos.
Estão ali, por exemplo, a premiação de Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho de administração, com a Grã Cruz do mérito cívico afro brasileiro, em 2018; o ciclo de painéis Bradesco Women, que desde 2019 transmite lives em que a jornalista Ana Paula Padrão entrevista figuras como Djamila Ribeiro, Paola Carosella e Luiza Helena Trajano; o movimento #AliadosPeloRespeito, em que pais de influenciadores contaram como foi descobrir sobre a sexualidade de seus filhos; e a campanha de publicidade do fim de 2019, cujo protagonista foi um menino com síndrome de Down.
Folhear essas páginas é como um livro de memórias para Glaucimar. Mas ela reforça que não se trata do número de ações. Trata-se da constância. "O único ponto que nos difere é que não fazemos nada por modismo ou temporada", acredita. "Todos os nossos programas começam e são transformados e adaptados em um crescente. Todos têm uma continuidade. E não abrimos mão."
O Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar é uma iniciativa da Fundação Instituto de Administração (FIA) e do UOL. A premiação é baseada na pesquisa FIA Employee Experience, respondida por 150 mil funcionários de mais de 300 empresas brasileiras, entre agosto e setembro. Confira os vencedores:
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