Ouvir, cuidar, "regar": como o CEO da Unimed Volta Redonda levou seu prêmio
Resumo da notícia
- Luiz Paulo Tostes Coimbra, da Unimed Volta Redonda, vence como "CEO Mais Incrível" (grande porte) no Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar
- 87% dos funcionários afirmaram conhecer o CEO, 77% confiam totalmente nele; 63% avaliam sua gestão como excelente; e 22%, como muito boa
- Coimbra gosta de fazer lives com funcionários, participar de grupos de WhatsApp e lançar desafios para superar metas
- Sob orientação do CEO, empresa concedeu aos funcionários cerca de 400 bolsas parciais ou totais, em graduação ou pós, nos últimos quatro anos
- Coimbra marca presença de todos os eventos de integração e estimulou a criação de grupos de encontro entre funcionários para troca de experiências
Luiz Paulo Tostes Coimbra acredita em cuidar das pessoas. Recentemente, andando pela empresa da qual faz parte, foi abordado por uma funcionária que parecia chateada. Perguntou: "Por que a cara fechada?" Foi o suficiente para que ela desatasse a chorar. Deu um abraço em Coimbra e deitou a cabeça em seu ombro. Ele conversou com ela e a ouviu. Confortou a funcionária aflita.
O detalhe é que ele não é um colega de trabalho comum. Luiz Paulo Tostes Coimbra é o CEO da Unimed Volta Redonda, cooperativa que oferece planos de saúde e presta serviços para hospitais, consultórios e centros ambulatoriais em Volta Redonda, Paraty e Angra dos Reis. E é também o vencedor do Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar 2020, na categoria de "CEO Mais Incrível", na faixas das empresas de pequeno porte. Segundo a pesquisa FIA Employee Experience, que serviu de metodologia à premiação, 87% dos funcionários afirmou conhecer o CEO, 77% confia totalmente nele e 63% avalia sua gestão como excelente (outros 22% a classificam como muito boa).
É a coroação de sua boa relação com os colaboradores, construída desde que assumiu o comando, em 2002. "Quando entrei, no primeiro dia, fiz questão de me reunir com todos eles", diz. Nessa época, relembra o CEO, a empresa tinha apenas 42 funcionários. O quadro reduzido ajudou a criar laços. "Sempre tive muita proximidade com eles. Sentava para tomar café, para ouvir", conta.
Hoje são mais de 1.600 funcionários e é impossível estar próximo de todos. Mas a tecnologia dá uma ajuda. "Faço lives com eles, participo de grupos de WhatsApp dos gerentes, supervisores", afirma. "Posto um artigo, faço uma provocação para criar debates. É o tipo de coisa que gosto muito de fazer."
Na hora de cobrar resultados, Coimbra também prefere fazê-lo sob forma de uma provocação. Ele cita o caso de um ano com resultados abaixo do esperado. "Comuniquei a toda a empresa: não podíamos admitir outra performance ruim no ano seguinte. E desafiei a todos para que analisassem o que havia acontecido de errado e que ações deveríamos tomar para mudar isso".
Ele recebeu mais de 200 propostas e implementou dez. "Escolhemos um líder para cada projeto e esse líder convidava mais duas pessoas, independentes do setor ou cargo. Foi um sucesso. Conseguimos resultados consistentes que, de certa forma, persistem até hoje", comemora.
Aprender na faculdade e no jardim
A palavra de ordem da Unimed Volta Redonda, explica Coimbra, é "cuidar". E isso implica não apenas conversar, mas também em oferecer oportunidades de desenvolvimento.
"Uma das coisas que sonhava, quando entrei, era que todos os nossos funcionários tivessem curso universitário e que, de alguma forma, nós participássemos [dessa formação]", conta. "Isso já se tornou ultrapassado. Hoje, quero que todos os superintendentes e gerentes tenham pelo menos uma pós-graduação." Nos últimos quatro anos, foram concedidas cerca de 400 bolsas parciais ou totais, tanto em graduação quanto em pós.
Mas mesmo uma política constante de bolsas de estudos não foi suficiente. "Vimos que não bastava. As pessoas tinham outras necessidades. A gente precisava capacitar por outros meios", explica. Ele mesmo foi um exemplo: fez um curso de biomimética, o estudo de estruturas naturais. "Aparentemente, não tem nada a ver [com a empresa]. Mas tem", ele garante. "Você aprende com a natureza, porque ela tem milhões de soluções. Quero que as pessoas também fiquem curiosas e tragam [essa curiosidade] para o nosso ambiente."
A soma do conhecimento de todos
Coimbra faz questão de participar de todos os eventos de integração - a chegada de novos funcionários. E sempre tem um recado para eles. "A pessoa acha que vem para a Unimed para absorver algum conhecimento. Eu digo para ela: 'Você também têm o seu saber. Você precisa perceber isso'".
Na sua filosofia de gestão, "se juntar todo mundo, construímos mais saberes ainda". Então, ele ajudou a implementar uma forte cultura de encontros em grupo para trocas de experiências. "Estamos trabalhando com psicologia organizacional e alguns insights para estimular as pessoas rumo ao autoconhecimento. A partir disso, fazemos encontros de discussão para identificar talentos", conta.
Ele relembra a história de uma funcionária, que começou como estagiária em 2012 e virou analista de relacionamento com médicos cooperados dois anos depois. Participando desses grupos, ela teve a oportunidade de conhecer melhor esses profissionais. "Ela viu que o médico era uma pessoa como outra qualquer, que tem problema com o filho, com a mulher, com dinheiro. E desenvolveu uma grande sensibilidade na percepção das questões deles", relata. Por ter conquistado a confiança desses colegas, acabou se tornando uma agente de engajamento. A companhia a promoveu a supervisora de desenvolvimento médico.
Quando pensa no futuro, Coimbra mais uma vez remete à metáfora da jardinagem. "O pensamento cooperativo faz com que a gente foque nisso: plantar juntos, regar juntos e colher os frutos. E queremos isso continue ao longo do tempo". Por isso, ele não quer que a "árvore" dependa só dele. "Nunca gostei de personalismo. O ambiente cultural tem que ser autossustentável. É um legado que eu quero deixar na Unimed e na minha vida."
O Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar é uma iniciativa da Fundação Instituto de Administração (FIA) e do UOL. A premiação é baseada na pesquisa FIA Employee Experience, respondida por 150 mil funcionários de mais de 300 empresas brasileiras, entre agosto e setembro. Confira os vencedores:
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